Secretária de Educação é Ouvida na Câmara
Denúncias que chegaram à Câmara Municipal advindas de setores ligados à Educação na semana passada davam conta de que estaria havendo uma série de atropelos e equívocos na Secretaria Municipal de Educação. A compra de licenças-prêmio para amigos e chegados do alto escalão da Educação e a utilização do cargo para a obtenção de favores oficiais apareciam no topo da lista das acusações.
Como órgão de fiscalização e controle que lhe atribui a divisão dos poderes, a Câmara resolveu convidar a senhora Teresa Crespo, Secretária Municipal de Educação para uma sabatina na Sessão Ordinária de segunda-feira (18), a fim de se explicar a respeito de todo este qüiproquó.
Em noite de plenário lotado, a secretária conseguiu sobressair-se ao cipoal infernal que estava pesando contra si. Mulher de postura, respondeu com elegância às questões expostas por todos os edis e de forma técnica explicou ao público presente que não há nada de ilegal nos atos levados a cabo na Secretaria e que geraram tantos falatórios pelas decisões tomadas.
Com alegações sólidas ilustrou que ao término de 2018 havia uma reserva que tinha que ser usada no ano em exercício. Tal recurso não foi utilizado por conta da falta de projeto para a execução de reforma em uma escola municipal. Para que não se perdesse o montante, a titular da pasta de Educação viu-se obrigada a contrariar um decreto do Palácio Pérola e transferir este recurso para a folha de pagamento. Desta forma conseguiu pagar todos os retroativos dos professores inclusos no sistema de recursos próprios da prefeitura que estavam pendentes, inclusive os dela própria. Alertou ainda que devido a quantia disponível, não foi possível estender os abonos a todos os professores. Mas prometeu que aqueles que não receberam, irão receber. Na ocasião, pediu apoio e compreensão da classe docente.
Não está de todo errada a Secretária Teresa Crespo. Com esteio no amparo funcional do servidor público, também tem seus direitos. Portanto, não existe mutreta alguma em seus atos públicos que dêem margem para factóides nocivos e conversas maldosas. Lógico está que, se houveram denúncias, cabe à Câmara apurar os fatos. O que não pode é apequenar o debate público por conta de coisas mesquinhas. E em situações como estas sempre têm pessoas que desejam se projetar em cima da desgraça alheia.
Modesta e sincera, a secretária de Educação esteve na Câmara para dizer o que pode fazer e o que não pode fazer na direção da pasta que ocupa. Com outras palavras, disse também que deseja promover uma saudável permuta de idéias com todos os setores e uma política de responsabilidade em que todos tenham acesso e controle sobre os atos e atitudes que ocorrem no âmbito da Educação Municipal.